Quando escrevemos, deixamos um pedacinho de nós em cada palavra – seja num conto, num e-mail ou até num post rápido das redes. Mas escrever com emoção é muito diferente de escrever por emoção.
O leitor não quer saber só o que VOCÊ sente. Ele quer sentir algo através das suas palavras.
Já aconteceu com você?
No calor da emoção, tudo parece fazer sentido. Despejamos palavras na tela – ou no papel – com a falsa certeza de que o texto final será algo incrível. Mas, ao reler, encontramos uma mensagem confusa. O que era para ser envolvente soa exagerado ou íntimo demais.
Quando a emoção domina a escrita, é fácil perder o leitor no caminho.
Mas relaxa, tem solução!
Que tal começar fazendo três perguntas?
- Isso faz sentido para alguém além de mim?
- O que, nesse texto, pode ecoar na experiência dos outros?
- Essa emoção está ajudando o leitor ou só funciona como alívio emocional pra mim?
A partir dessas perguntas você pode iniciar o processo de transformação do seu texto. Ele deve deixar de ser só seu para se tornar de todos.
Emoção sem forma é ruído; emoção com estrutura é impacto.
Quando mudamos a perspectiva, o foco deixa de ser o que eu quero falar e passa a ser o que o outro precisa receber. A emoção continua lá, mas agora ela não se expressa – ela acontece, como uma faísca que acende sentimentos no leitor.
E nesse ponto é necessário lembrarmos que a melhor escrita não é aquela que fala sobre o escritor, mas a que faz o leitor se reconhecer nela, transformando o texto em uma experiência compartilhada.
Você não precisa, e nem deve, deixar a emoção fora do seu texto. O segredo é equilibrar a dose e saber o momento de ser racional.