Em um mercado tão competitivo, saber como mostrar seu trabalho de redator é essencial para conquistar bons clientes e construir uma carreira sólida e lucrativa.
Mas mostrar esse trabalho não se resume apenas a criar um portfólio, perfis em redes sociais, um currículo e um texto de apresentação que você publica semanalmente nos grupos de Facebook e LinkedIn que participa.
Você pode achar que o portfólio de um redator é o conjunto de textos que produziu para os clientes ao longo da carreira, organizados em um arquivo PDF e disponível em algum lugar da internet para os clientes verem. Seu portfólio é muito mais do que isso.
Sua apresentação não é o texto padrão que você criou com um resumo da sua carreira e descrição de habilidades. Você é sua própria apresentação. Tudo o que você faz, fala e escreve, o que dizem e pensam sobre você te representa e apresenta.
Se até aqui tudo o que eu falei parece estranho para você e te fez achar que está fazendo tudo errado. Ótimo! Esse era o objetivo.
Nesse artigo eu vou desconstruir todo o conceito tradicional de apresentação de trabalho para profissionais da área de redação — isso inclui também a área de copywriting — e te mostrar que você pode conquistar muito mais se explorar os pontos certos para se apresentar e ser visto.
E vou começar respondendo à pergunta que deve estar passando pela sua cabeça nesse momento:
Como deve ser o portfólio e apresentação de um redator?
Seu portfólio e apresentação precisam ser dinâmicos, possíveis de serem encontrados na internet e capazes de transmitir informações, sentimentos e credibilidade usando os recursos mais atuais disponíveis.
Chega de criar um PDF com centenas de textos escritos para o seu futuro cliente olhar apenas os primeiros. Dê um basta nos textos prontos que você fica publicando semanalmente nos grupos de LinkedIn e Facebook se apresentando (acredite, tem gente que posta os mesmos textos todos os dias).
Outro dia mesmo eu vi em um grupo de discussão nas redes sociais a seguinte apresentação:
“Preciso Trabalhar com Textos URGENTE. Segue meu Portfólio. Conheçam minha Produção Textual. ”
Uma apresentação dessas demonstra completo desespero e despreparo profissional. Não transmite credibilidade e demonstra que o nível de profissionalismo é baixo.
Quanto mais você fica tentando se vender de forma forçada, menos atraente você se torna. E como redator isso é ruim, pois depõe contra sua criatividade e seu profissionalismo.
Para se destacar nesse mercado tão competitivo é preciso ir além do óbvio, do tradicional. Pode ser necessário até ir na contramão. E só quem está disposto a isso conquista os melhores resultados.
Portfólio, currículo e apresentação precisam andar juntos, se complementarem e transmitirem a mesma mensagem. É tudo sobre você.
A seguir eu vou pontuar os aspectos essenciais de como deve ser o portfólio e a apresentação de um redator com base no contexto que estamos abordando.
Como deve ser o portfólio do redator
- deve conter apenas os melhores textos
- dê preferência aos textos mais bem ranqueados no Google
- tenha uma identidade visual atraente e que torne a leitura agradável
- respeite a hierarquia de títulos em cada texto para facilitar a leitura
- crie um sumário e organize-o por assunto
- mantenha esse portfólio em PDF podendo ser acessado online
Como deve ser a apresentação do redator
Ter um texto de apresentação é essencial para enviar emails com orçamentos e responder mensagens de futuros clientes. E para que essas apresentações produzam o efeito ideal, você deve:
- ser objetivo
- ser autêntico e sincero
- dar informações de como é o seu processo de trabalho
- falar de forma rápida sobre suas habilidades
- incluir links para suas redes sociais, site e portfólio
Você não deve contar toda a sua história no primeiro contato e nem apresentar no portfólio tudo o que já fez, isso é cansativo e torna o conteúdo desinteressante.
Agora que você já sabe como atualizar seu portfólio e a sua apresentação, que com certeza são os caminhos que você já utiliza no seu dia a dia, eu vou te apresentar 3 atitudes capazes de mudar tanto a forma como você se apresenta quanto a forma como é encontrado e visto pelo público.
O que eu vou compartilhar a seguir é feito pela minoria dos redatores. E é essa minoria que tem alcançado bons resultados e conseguido vender seus serviços para bons clientes a preços lucrativos.
Se você quer fazer parte desse grupo, eu te aconselho e abandonar o modelo tradicional e começar a implementar essas atitudes na sua rotina.
3 atitudes para se tornar um redator desejado
Ser desejado pelos clientes é o que todo redator quer. Mas não basta apenas querer ser desejado, você precisa construir um negócio lucrativo e que transmita credibilidade.
Em meio a tantas estratégias de marketing que são compartilhadas na internet, pode ser difícil encontrar uma que se encaixe na sua necessidade. E acredite, você não encontrará. Pois cada profissional precisa da sua própria estratégia, já que cada um tem uma forma diferente de trabalhar, assim como objetivos, público, tom de voz entre outras características.
Por isso, ao invés de criar uma estratégia genérica para você se apresentar como redator, eu decidi listar 3 atitudes que ao serem adicionadas à sua estratégia, farão toda a diferença.
Mas atenção, não é receita de bolo e nem palavras mágicas que vão gerar resultados imediatos. Ao colocar em ação as 3 atitudes a seguir, tenha em mente que você precisará de consistência e constância para que os resultados comecem a aparecer.
Está pronto para começar?
1. Compartilhe um pouco todos os dias (ou sempre que possível)
“Se quer que as pessoas saibam o que você faz e o que lhe interessa, precisa dividir com elas.”
Essa frase do Austin Kleon representa muito bem essa primeira atitude. Você pode ser um ótimo redator, mas se não compartilhar um pouco do seu trabalho e dos seus interesses com o público, eles não conseguirão te enxergar no nível que você deseja.
E quando falo compartilhar não é ficar copiando e colando o texto de apresentação nas redes sociais ou oferecendo seus serviços. É criar conteúdo útil e de valor para o público, seja para informar ou ensinar.
Ao se expor e expor o seu trabalho com frequência, as portas para conhecer pessoas incríveis se abrirão e com elas virão as oportunidades de negócio.
A premissa básica é: não mostre seu almoço, seu café, seus exercícios na academia, mostre o seu trabalho.
Transforme o invisível em algo que as pessoas possam ver. Entenda como invisível coisas como:
- as técnicas de escrita
- o domínio da língua portuguesa
- as técnicas de SEO
- o compromisso
- a responsabilidade
- a qualidade do trabalho
O produto final que você entrega é o texto, e é nele que você aplica as técnicas e demonstra a qualidade, então é nele que você deve focar para alcançar o seu público. Não adianta você criar posts nas redes sociais com um design incrível se o texto deixar a desejar.
Se você pesquisar o perfil de alguns redatores no LinkedIn verá que eles quase não compartilham imagens, apenas texto. No Facebook também é possível ver, mas o LinkedIn entrega um nível de profissionalismo mais elevado.
Por isso uma ótima forma de compartilhar informação e conhecimento é combinando blog com redes sociais.
Um post no blog pode não parecer nada, mas dezenas de posts durante alguns meses são o caminho para criar o trabalho de uma vida, e é através desses posts que as pessoas serão capazes de ver o que você domina e como pode ajudá-las a criar conteúdos geradores de resultados.
Nas redes sociais funciona da mesma forma, mas lá é possível ir mais longe, pois você pode explorar as interações em conteúdos de outras pessoas para compartilhar sua opinião e ajudar, além de publicar conteúdo no feed.
Nessa primeira atitude o importante é a qualidade do conteúdo criado e não a quantidade. Quanto maior for a qualidade dos conteúdos que você produzir, melhores tendem a ser os resultados.
E para te dar uma orientação mais direta, veja o que você pode compartilhar no blog e nas redes sociais, independente de qual for o seu público-alvo:
- feedback de clientes
- experiências positivas e negativas da carreira
- dicas para outros redatores
- dicas úteis para os clientes
- links dos posts publicados no blog
- partes da sua rotina profissional
2. Conte boas histórias
Histórias pessoais são capazes de tornar mais tangível aquilo que é complexo, além de inspirar e gerar conexão. E essa atitude torna a primeira ainda mais poderosa.
O trabalho não fala por si, é preciso que você o transforme em histórias interessantes para o seu público. Quando você conta histórias sobre o seu trabalho, as pessoas passam a sentir e entender o que você faz de uma forma diferente. Elas são influenciadas de maneira natural e isso faz com que elas enxerguem valor no seu trabalho.
Se um dia você enviou o arquivo trocado para o cliente (já aconteceu comigo), essa é uma boa história para compartilhar nas redes sociais, mostrando como você resolveu a situação.
Tire a máscara, se permita ser vulnerável. Pare de compartilhar só o lado bom e comece a compartilhar a vida real do seu dia a dia como redator, sempre envolvendo em uma boa história.
Histórias conectam, emocionam e são excelentes para começar uma conversa que pode terminar em uma parceria ou contrato para criação de conteúdo.
Você pode explorar as histórias tanto nas redes sociais com conteúdos mais objetivos quanto no blog, explorando um pouco mais os detalhes.
Mas tenha em mente uma coisa: é necessário um objetivo claro para a mensagem, não escreva apenas para cumprir o calendário.
Se não tiver nada pra compartilhar, não o faça. É bem melhor do que criar um conteúdo inútil.
E na hora de criar para compartilhar, lembre-se de:
- humanizar a marca
- explorar as emoções
- criar valor
- mostrar ao invés de dizer
- criar a narrativa com base em uma jornada
E para fechar essa segunda atitude, quero deixar como reflexão um trecho do livro Storytelling, do Carmine Gallo:
“Na Era da Informação, na economia do conhecimento, você é tão valioso quanto suas ideias. Uma história constitui o meio pelo qual você transfere essas ideias para os outros, e empacotá-las com emoção, contexto e relevância é a habilidade que o tornará mais valioso na próxima década.”
É assim que você conseguirá informar, esclarecer e inspirar através das suas ideias. E como resultado, conquistar clientes que valorizam o seu trabalho e permanecem com você por mais tempo.
3. Ensine o que você sabe
E por fim, uma das atitudes que eu mais admiro nos profissionais de qualquer setor: ensinar o que sabe.
Henry W. Longfellow certa vez disse:
“Dê o que você tem. Pode servir mais do que você imagina.”
Profissionais em início de carreira costumam achar que têm mais a aprender do que a ensinar. Mas sempre haverá alguém começando e que precisará do conhecimento mais básico para dar os primeiros passos.
Me permite uma pausa aqui para compartilhar uma história pessoal minha com o ensino.
Cresci no interior de Minas Gerais, numa cidade com menos de 2 mil habitantes, chamada Estrela Dalva. Sou filho de professora e desde cedo eu vi que o ensino pode mudar a realidade das pessoas.
Eu sempre gostei de ensinar. Já dei aula de teclado, de violão, de programação, escrevi livros. E isso mudou minha vida, inclusive a profissional.
Logo que comecei a estudar programação em 2003, eu procurava compartilhar os aprendizados com os colegas de turma que tinham mais dificuldade, sempre buscando uma forma mais simples do que as utilizadas pelos professores. Em 2007, eu comecei a compartilhar meus conhecimentos na internet, através de portais como o iMasters e o Oficina da Net. Em um ano eu cheguei a escrever e compartilhar mais de 700 artigos ensinado algo que eu havia aprendido.
Ano após ano eu segui compartilhando meus conhecimentos sobre tudo o que eu estudava, e quanto mais eu compartilhava mais eu aprendia, mais eu reforçava o que já sabia. E com isso as oportunidades foram aparecendo. Projetos, convites para palestras, vagas de emprego.
Do básico ao avançado, eu nunca me preocupei com o nível em que eu estava, mas sim em ajudar outros profissionais. E venho fazendo isso ate hoje.
O ensino não é uma competição. Ele não deve ser visto como estar fortalecendo a concorrência com o que você sabe, mas estar mostrando ao público que se você sabe ensinar, então você sabe fazer. E essa é uma forma de tornar concreto o seu conhecimento, que para um futuro cliente é algo abstrato.
O fato de você saber uma técnica criada por outro profissional não quer dizer que é capaz de imitá-lo, então ensinar o que você aprende em cursos e livros não faz de você um plagiador ou te atrapalha a vender os serviços. Muito pelo contrário. Só fortalece sua autoridade.
Ensinar é uma excelente forma de aumentar o valor do que você faz. E funciona como uma fonte geradora de interesse pelo seu trabalho. Quando deixamos as pessoas entrarem em contato com nosso conhecimento, elas se aproximam de uma maneira muito mais forte.
Faça com que as pessoas se aproximem de você
Falar sobre esse assunto, dessa maneira, é o completo oposto de tudo o que os conservadores dizem. E eu escolhi falar sobre ele porque eu acredito que tem espaço para todos os redatores com um trabalho sério e quero ajudar cada um que eu puder a conquistar seu espaço.
Eu me aproximei de muitas pessoas através das histórias delas e dos conhecimentos que compartilhavam, aprendi que compartilhar, contar histórias e ensinar é importante em toda profissão. Mas vi esses pontos com mais força entre os redatores, que vivem das palavras.
Se você chegou até aqui, teve a oportunidade de conhecer um pouco da minha história, aprendeu um pouco do que sei e se conectou comigo de alguma forma. Tudo isso através de um texto.
É isso que você precisa fazer daqui pra frente para mostrar seu trabalho como redator sem parecer desesperado. Conte histórias, ensine, gere conexões e as oportunidades começarão a surgir.
E se ainda tiver dúvidas sobre como fazer isso, conte comigo para te ajudar. Pode deixar uma mensagem aqui nos comentários ou então me enviar uma mensagem no LinkedIn. Será um prazer te responder.
